sábado, 7 de abril de 2012

Ainda Tão Estranhamente Eu


O espectáculo desenvolve-se a partir dos “múltiplos” de Pessoa. As particularidades de cada um dos heterónimos, assim como as do seu criador, compõem um conjunto de quadros onde se observam “Mundos”, deslumbrantemente diversificados, onde tanto, aparentemente, parece simplificar-se mas, onde tudo, desesperadamente, se complexifica.
É na força avassaladora dos contrastantes que todo o espectáculo se define e se constrói. O ortónimo, Pessoa, os heterónimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e ainda a presença de outras personagens do universo pessoano, estas com ténues aparições, convivem num território ambíguo, onde as mais intensas e suaves sensações coabitam com mecanismos labirínticos da mente e com a força inebriante dos sentimentos.
“Tão Estranhamente Eu” parte da ideia de um “Eu” onde habitam “vidas alheias”, de um “Eu múltiplo”, fragmentado, disperso, de um “Eu” que é tantos outros, e que só poderá dizer: “Não sei quantas almas tenho”…